sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Não mais.


Às vezes nós não nos damos conta de que cada vez mais estamos indo mais longe, só percebemos o tamanho da distância percorrida quando vemos que já não temos tanta vontade assim de voltar. Aí percebemos também que o que deixamos para trás não era tão bom quanto imaginavamos, e que não precisamos mais sentir falta do que achavamos que morreríamos sem. E cada vez que isso acontece constatamos que voltar é quase sempre a pior escolha, aí então levantamos mais um vez a cabeça e continuamos indo cada vez mais e mais longe, conquistando lugares e pessoas novas.

sábado, 16 de outubro de 2010

Contentamento descontente?


Nós não temos como prever o quanto alguém vai nos magoar, também não podemos calcular qual a extensão do sofrimento que podemos causar em alguém. Amar e permitir ser amado é sempre doloroso, ninguém sabe ao certo quando isso vai começar, ou quando vai acabar. De certeza mesmo só temos que uma hora ou outra nós seremos vítimas ou vilões dessa dor.
Eu acredito que em toda nossa vida nós amamos umas três vezes, amores mesmo, daqueles que nunca acabam, podem se acabar os relacionamentos, a convivência, o namoro ou qualquer outra coisa que exista, mas o amor não, é sempre amor, ele se transforma em outros sentimentos, em carinho, respeito em vontade de se ter por perto, mas não mais em desejo. O que uniu duas pessoas e o que as fez se amarem não pode acabar, porque então não era amor, a cumplicidade, as lembranças não se apagam com um delete, tudo se transforma em uma nostalgia boa, mas não mais em saudade. Parece meio confuso até, diferenciar nostalgia de saudade, mas nostalgia no meu ver é lembrar com paz e ver que foi bom, mas não sentir falta, ter consciência de que aquele tempo serviu para seu propósito e que não precisa ser esquecido, mas ao mesmo tempo não ter vontade de que volte, é deixado no passado sem sofrimento, já a saudade essa é mais dura, ela corta, ela alimenta o sentimento de perda, alimenta o choro e a vontade de que tudo volte a ser como era antes, a saudade é mais difícil de ser aceita.
Quando amamos e esse alguém nos magoa, nos tornamos tão frágeis, como se ninguém mais no mundo sofresse tanto quanto a gente. É uma mistura de incompreensão, com raiva, medo e tristeza, ficamos com aquela dúvida na cabeça, de que como alguém que diz que nos ama tanto pode nos fazer sofrer? Mas a verdade é que isso vai acontecer sempre, contos de fadas com relacionamentos perfeitos só existem na cabeça de pessoas que nunca viveram nada de verdade, que idealizam, sonham mas não vivem. Quando é de verdade sangra, arde e dói muito.
Mas calma nem tudo é tragédia, nem sofrimento. Esse 'contentamento descontente' nos torna cada vez mais fortes, nos torna cada vez mais preparados para encarar o que tiver para vir, é melhor dar a cara para bater e levar um belo tapa do que se esconder atrás de desculpas que servem para disfarçar a falta de coragem de sofrer que muitos têm. E não importa quantos tapas e tropeções que nós tomemos, nunca devemos desistir, nem muito menos perder a fé nas pessoas, todos nós erramos e na maioria das vezes sem saber também magoamos alguém e se achamos que merecemos perdão delas, também devemos achar que quem nos feriu mereça perdão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É possível mesmo?


O que acontece quando amamos alguém de um mundo completamente diferente do nosso? Se é verdade que um pássaro e um peixe podem se amar, onde então eles irão morar? O pássaro talvez então faça um ninho na encosta do rio onde o peixe vive, e o peixe por sua vez então passe a viver sempre no raso próximo ao seu amor...
Mas até quando isso será o suficiente para os dois? E todo o céu azul que o pássaro não vai mais ter, ou o lago que o peixe não vai mais nadar? Até quando isso vai ser completo?

Como seria bom acreditar que fosse possível então criar asas para o peixe, ou dar nadadeiras ao pássaro, mas por quanto tempo o peixe sobreviveria fora da água, e o pássaro prenderia a respiração? Como um sobreviveria na morte do outro?

Acho mesmo que há amores que nascem para causar sofrimento, há uma brincadeira sórdida do destino de unir corações que não sobrevivem fora do seu ambiente natural, e vivem nessa dependencia penosa que sufoca e assopra, onde sobrevive um, morre o outro!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

De quem eu já fui, guardo apenas uma pequena parte. Guardo só para não esquecer completamente.