quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"Onde você quer chegar"


Eu nunca fui desses que acreditam em destino. 
Nunca joguei minha sorte ao céu e esperei que caísse novamente moldada ao que me foi reservado. 
É fácil jogar suas frustrações em algo que você não conhece e atribuir a culpa na 'hora e lugar errado' ao invés de sua pouca vontade. Nada vem carregado pelo vento, não bate a sua porta e pede para entrar. Você precisa correr atrás e tudo corre a uma velocidade maior que a sua. É preciso às vezes se jogar, sem medo de se machucar, sem medo de ser visto, nem de fazer tudo errado. Feridas se cicatrizam e ninguém sabe o que se passa dentro de você, então não de ouvidos à quem pouco lhe acrescentará, à quem diz que não dará certo e que você não sabe o que faz. 
Eu também nunca fui desses que procuram um sentido. Encontros casuais existem a todo o momento, mas se você não quiser, eles não significarão nada além disso.
Você pode dizer o que quiser e fazer o que quiser, mas o único obstáculo que existe é o que se constrói dentro de si mesmo. A única pessoa que te atrapalha é a que você vê refletida no espelho todos os dias pela manhã.
O seu único destino é escolher onde você quer chegar.

domingo, 4 de novembro de 2012

"Mas isso eu ainda não aprendi"


Me desculpe não poder ser o que você quer agora. Me desculpe por não andar de mãos dadas, de não encostar minha cabeça no seu ombro no cinema. Me perdoe por não poder ficar para o café da manhã, por não ligar para combinar o almoço, por não aparecer pro jantar. Me desculpe por não ser o homem da sua vida, por não te dar motivos para sorrir quando se lembrar de mim. Me perdoe por ser tão ausente, por não retornar todas as ligações, por deixar respostas no ar.
Sinto muito por não ser o que você está procurando, eu queria ser, juro que queria. Seus sentimentos e expectativas são o que eu achei que mais precisava durante tanto tempo, que quando achei perdi todas as certezas. Talvez só não estejamos no mesmo momento, o que queremos é a mesma coisa, só que para mim, não é agora. Eu queria tanto ter me apaixonado por você, viajar no feriado, aparecer sorrindo nas fotografias do final de semana. Pegar seu chinelo para ir na padaria domingo de manhã.
Eu queria tanto ser tudo o que você merece. Te apontar na rua e dizer 'aquele é o cara que eu gosto' com o olhar de bobo que só quem gosta consegue ter.
Eu queria não ser tão idiota, aceitar o que você me oferece, aproveitar a melhor parte de ser só dois.
Eu só não consigo, pelo menos não agora, pelo menos não dessa maneira. Ainda preciso aprender um jeito de ser feliz, de deixar me fazerem feliz. Isso, isso eu ainda não aprendi. Porque ainda me sentir feliz não sendo sozinho.

- Memórias Públicas

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Incertezas

Como um barco a vela sem comandante, em meio a uma tempestade, leme desgovernado, uma hora o barco vira.
Fui afundando nas suas incertezas, cada vez mais, me perdendo na escuridão que era nós sermos um só. Finalmente me afoguei em você. Por mais que eu tentasse nadar, subir, estendesse a mão ao socorro, você me puxava outra vez para baixo. Eu me sentia tão sozinho em sua companhia mas não sabia como ser diferente. Por que você não sabia ser diferente? É tão difícil andar com alguém te segurando. É impossível voar quando cortam suas asas. Como saltar quando se está enterrado até os joelhos? Por que nós nascemos para isso? Eu também fiz isso com você. Nosso sentimento não nos libertou, ele foi nossa prisão, nas grades que nós mesmos construímos. Porque nós nos machucamos mesmo sem querer. Porque dói sermos um do outro.

- Memórias Públicas

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lá fora


"Há bem pouco tempo atrás eu achava que o mundo inteiro era meu, que amor só acontecia uma vez. Eu não sabia o que queria e nem onde estaria agora - cinco anos depois.
Há bem pouco tempo atrás eu me achava o dono da razão, pensava que nada me afetava e eu tinha tudo que era necessário para ser feliz. Tinha uma vontade de descobrir tudo que tem lá fora. 
Eu achava que os 30 era um futuro muito distante e que eu seria velho quando chegasse lá. Para mim toda dor era infinta e a memória não falhava. 
Pouco tempo passou, nem sequer parei muito para pensar nisso, apenas aconteceu, apenas olhei de novo o mesmo lugar e aprendi que ninguém é insubstituível, que amores haverão tantos quantos forem permitidos e que o tempo não cura nada, mas te ensina a viver com tudo.
Hoje continuo não sabendo bem ao certo o que quero, embora agora já saiba o que definitivamente não quero. Sei o quanto as coisas me afetam e agradeço por ser tão esquecido.
Agora eu ainda quero conhecer tudo o que tem lá fora e de uma coisa eu passei a ter certeza, que realmente o mundo inteiro é meu."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

De uma quinta feira qualquer


Vai ser simples, talvez às 18h de uma quinta feira, na fila de uma padaria qualquer do meu bairro. 
Leve, como a brisa fresca da manhã, a luz que entra pela janela do quarto, o correr da cortina pelo trilho, a água fria da torneira do banheiro, o edredon dobrado sobre a cama. 
Vai ser bonito, como um filme, dos anos 90, com jantar a luz de velas, sobremesa de creme -
 doce como a vida deve ser -, uma bela trilha sonora e efeitos na fotografia.
Bom, como andar de bike no fim de tarde, o pôr do sol entre as árvores do parque, os cachorros brincando na grama, crianças melecadas de sorvete.
Vai ser de verdade, com presentes de aniversário e festas de Ano Novo, mesa decorada, abraço depois da meia noite, flores brancas e uvas para darem sorte
Calmo, como envelhercer, sem perceber, deixando suas marcas devagar e contínuo, natural e certo como tudo que tem que acontecer.
Vai ser engraçado, motivos terão para sorrir. E se faltarem ainda haverá uma maneira de fazer cócegas.
A sensação de que tudo é possível.

Soluções


Chega de tanta cara fechada, tanto lenga lenga. Chega de 'tanto faz', de 'não sei' e 'depois a gente vê'. Chega de cansaço, de ódio à segunda feira e de sinal fechado.
Eu quero um 'bom dia', um sorriso exagerado e uma cerveja gelada. Eu quero uma brisa leve, fim de tarde e um abraço apertado.
Chega de tantos problemas, eu quero soluções. 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

No fim de tarde

"E no fim das tardes era que a dor se tornava insuportável. Exatamente naquele momento em que o sol se escondia, naquela hora em que a porta da sala já não se abria mais. Onde o silêncio não era mais interrompido. Naquela parte do dia meu peito se esvaziava como se nem o ar ocupasse mais espaço. Se nenhum abraço apertado de saudade, nenhum sorriso de alegria por estar juntos novamente. Naquele momento o meu relógio parava por horas todos os dias."

Mas de alguma maneira, eu sabia que não duraria. Tudo que é bom acaba antes mesmo de virar rotina.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Odeio flores

- Eu odeio flores.
- Mas por quê? São tão bonitas.
- Elas são ingratas. A gente cuida, observa e fica encantando com sua beleza e logo depois elas morrem. Odeio que me abandonem.
- Mas essa é a beleza delas, isso é que as fazem especiais.
- Você já foi abandonado? Não há beleza alguma nisso.
- Nem todos se vão. Eu estou aqui, não estou?
- Está. Mas todos os dias eu tenho medo de acordar e você ter ido.
- Eu não vou a lugar algum. Não sem você pelo menos.
- Você me ama?
- Tanto que chega a doer. Por que você tem tanto medo?
- Porque só me deram motivos para isso até hoje.
- Então vou te mostrar como ser diferente.
- Só não solta da minha mão.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ele espera

Todo os dias ele acorda cedo para esperar. Espera sem saber se ele vai chegar. Todo dia gasta horas pensando no que ele fez, se conheceu alguém, se si divertiu. Todos os dias faz sempre o mesmo, para ninguém comentar. Todos os dias no fim da tarde fica triste, chora e pede para que ele volte. Todos os dias tem a mesma resposta. Todos os dias diz as mesmas coisas, que sente saudades, que nunca amou ninguém dessa maneira e que vai esperá-lo. Todos os dias ele espera, mas cada dia a mais ele tem menos certeza.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Sóbrio

Não sei ser sociável apenas por ser. Aquele que todos dizem: que cara gente boa. 
Não consigo disfarça meu desinteresse quando o assunto não é relevante.
Não controlo minha cara de tédio.
Não preciso sorrir para dizer que estou feliz ou chorar para perceberem o contrário.
Não é necessário estar sóbrio o tempo todo para enxergar claramente.
Você perceberá tudo que eu sinto sem precisar de muito esforço, só um pouco de atenção.
Não quero muitas palavras, só sua presença.
Só preciso de braços e uma janela aberta.
Eu só preciso de tempo.
Você só precisa prestar mais atenção.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Alguma Coisa Assim

Curta

quinta-feira, 24 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

É inverno outra vez


É inverno outra vez. É quando eu mais me lembro de você.
É quando me lembro do cheiro do café quente vindo da cozinha, a fumaça que subia e a cor da caneca.
O sol que entrava tímido entre as persianas.
É quando me lembro da cor das paredes do quarto, o tom de cinza que deixava tudo ainda mais calmo.
Das manhãs, do chão frio e o cabelo bagunçado.
Ainda consigo chorar com os mesmo filmes, hoje de saudades, sentindo sua falta.
Eu ainda posso ouvir a campainha, o entregador de pizza te dando o troco.
Eu ainda posso sentir seus pêlos nos meus, o seu toque leve, as noites que não pareciam ter mais fim.
Ainda sinto sua respiração, ofegante, no meu ouvido. Ainda sinto seu coração acelerado. Sua mão atrás do meu pescoço.
Seu corpo quente fazendo parte do meu.
Meus dias sem você são chatos, minhas tardes vem sem parar. O sol nem mais aquece e o cigarro queima sozinho.
As flores agora são de plástico e as janelas estão sempre fechadas.
É inverno outra vez, mas dessa vez a cama nunca está desarrumada e o meu peito está totalmente vazio. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Gosto dos dias de chuva

Eu gosto dos olhos dele. De um castanho tão vivo que faz inveja a qualquer tom de azul.
Eu gosto dos lábios dele. Como ele os morde quando está constrangido. Como eles se movimentam quando ele fala. Mas gosto principalmente quando esses mesmos lábios me beijam.
Eu gosto da sua falta de atenção, desproposital, como ele observa o mundo. Como algumas coisas parecem nem lhe afetar.
Gosto da calma que tem a voz dele. Do tom baixo e de como fica roca facilmente.
Eu gosto do seu cheiro.
Gosto da sua desorientação pela manhã. Gosto de vê-lo lendo seus livros.
Gosto do seu gosto no fim da tarde. A fumaça que sai do chuveiro. Gosto da sua pele quente.
Gosto dele nos dias de chuva, de como ele sempre arruma uma desculpa para continuarmos na cama.
Eu gosto do andar dele, dos seus passos sempre tão confiantes, mesmo que não esteja confiante por dentro.
Gosto dele como em uma fotografia antiga, a luz amarelada me esconde todos seu defeitos, é como se nem existissem.
Gosto dele como em uma música, me envolve no seu som e nada mais importa e nem me distrai.
Gosto dele sinestesicamente, mesmo só vendo posso senti-lo, mesmo só  olhando posso toca-lo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Starcrossed


Um curta bastante conhecido e muito emocionante - Starcrossed (Amor Contra o Destino)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Eu não te peço muito

Só não desista de nós.
Não fuja para longe de mim.
Não desvie os seus olhos dos meus.
Nem segure a voz se estiver com raiva de mim, grite, brigue, só não fique calado.
Só não se afaste, não leve de mim a minha melhor parte.
Não feche essa porta.
Eu não quero mais sofrer.
Eu estou cansado de ser forte, de fingir que tudo está bem.
Não me faça te ver partir, não abra esse vazio.
Só não me dê mais motivos para chorar.
Não corra para o outro lado da rua.
Só segure minha mão, aceite, apenas aceite.
Eu nunca vou ir. Eu nunca vou te deixar.
Não tenha medo.
Eu não te peço muito. Não te pedirei nunca. Nada além do que você não possa dar.
Apenas ame e se deixe ser amado.
Só não desista de nós. Por favor não desista.
Não precisa olhar muito longe para perceber que tudo que precisamos está aqui, em nós mesmos.
Eu não quero ir onde você não estiver.
Só me acompanhe. Por favor me acompanhe.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Treze Minutos ou Perto Disso...


Diálogo bem estruturado e muito interessante (Curta-metragem)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nenhum papel amassado


De que vale sentir saudades? Se o que ficou pra trás não volta?
Mesmo coisas que retornam nunca são iguais.
Nós mesmo depois de uma grande perda ou decepção nunca mais voltamos a ser os mesmos. Nada continua igual, nenhum papel amassado, nenhum vidro quebrado, nada fica igual.
Nada retorna a seu ponto de origem da maneira que um dia saiu.


Talvez daqui algum tempo nós possamos entender nossos motivos, daqui uma década possamos conversar como bons amigos e quem sabe finalmente entender.
Talvez possamos ver tudo apenas como pessoas que escolheram o que tinham para escolher. Nada além disso.

De que vale pensar no que ficou para trás? Se nós lembramos só do que queremos. Quantas horas passam todos os dias sem nem percebermos? Quantas voltas o mundo já deus desde a última vez que estivemos juntos?



Talvez daqui um certo tempo não sintamos mais esse vazio que agora nos faz sofrer tanto, aí possamos rir de tudo que hoje nos faz chorar. Sentados questionando nossa imaturidade.

Lucky Blue

Curta-metragem

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Você poderia ter sorrido

Você não precisava ir tão longe. Dizer que foi um erro, que estava feliz que tudo tinha terminado. Qual foi nosso erro? Se entregar demais? Se amar demais ou ser verdadeiro demais?
Você não precisava ir tão fundo, ignorar o passado, apagar nossas fotos, se afastar dos nossos amigos, mudar o número do telefone, eu nem mesmo ia te ligar. 
Você não precisava ir tão baixo, dizendo a todos que nunca me amou, que não sabe o que nos manteve juntos todo esse tempo. 
Você poderia ter sido melhor, poderia ter dito que tudo tem seu tempo, que o amor não acabou, mas que nossos interesses mudaram.
Você poderia ter sorrido, ter olhado para trás e ter guardado lembranças que não podem ser apagadas. 
Você poderia ter sido sincero, ter reconhecido que o que nós tivemos foi tão forte que às vezes fazia doer, que  foi tão intenso que às vezes faltava o ar.
O que eu te fiz além de ser seu? O que eu fui que te fez tanto mal? O que aconteceu que o que nós jurávamos ser para sempre hoje para você nem se quer existiu? O que eu quis que para você foi demais? 
O que eu fiz além de sofrer por dentro e sorrir para que ninguém tivesse o que falar?
O que eu fiz além de te amar mais do que imaginava ser possível?
Nós poderíamos ter sido melhor, poderíamos ter tentando outra vez. Ter recomeçado.
Nós poderíamos ter sido fortes, suportado a dor, seguido em frente. Nós poderíamos ter tido tudo. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Por algum motivo

Por algum motivo, que eu ainda não descobri qual, acreditei que seríamos aquele casal de capa de revista.
Eu sonhei que poderíamos ter uma casa aconchegante, com uma cozinha grande e aberta para recebermos nossos amigos. Por algum motivo que eu não consigo justificar eu acreditei em um final feliz, em um bobo final de novela.
Imaginei uma cama grande embaixo de uma janela de cortinas claras, onde toda a manhã o sol nos acordaria.
Imaginei um quintal de grama verde baixa, e paisagismo minimalista. Imaginei passar as noites de preguiça na sala jogando War. Rir de nossos defeitos. Fazer planos para o final de semana.
Imaginei, olha bem como sou bobo, imaginei nós dois frente a frente, arrumando um a gravata o outro, para uma ocasião especial. Nossos tênis de correr num canto perto a porta da frente.
Por algum motivo - perdido - eu acreditei que nós estaríamos sempre juntos, de mãos dadas.
Em alguma parte desse curto caminho eu acreditei que meus pés se cansariam de tanto andar ao seu lado.
E mesmo sem saber - ou mesmo sem ter motivos alguns -, eu planejei, tive esperanças, tive sonhos. Por algum motivo que eu mesmo desconheço, dentro de mim, por esse motivo, mais uma vez eu me iludi.


domingo, 1 de abril de 2012

Pequenos barcos

Nós somos como pequenos barcos, os mais corajosos ficam soltos na água, guiados pelas marés. Se deixam levar mar a dentro, tão longe da costa que chegam a se perder de vista. Outros ficam na praia, amarrados, firmes, seguros de qualquer tempestade. Como pequenos barcos no mar com o vento certo podemos ir a qualquer lugar, mas na areia, em terra firme não fazemos nada. Somos vulneráveis onde qualquer ventania e uma grande onda pode nos virar, onde qualquer buraco que nos façam por menor que seja, pode causar um estrago enorme e nos afundar. Somos como pequenos barcos sem âncoras tentando nos segurar, nos fixar em algum lugar, mas na maior parte das vezes estamos à deriva.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sempre que houver verdade

 Não me encanta muitas palavras. Grandes declarações. Frases ensaiadas que rimam.
Não me encantam flores, chocolates, belos embrulhos. Não me encanta pela paisagem.
Me ganha nas pequenas coisas, pelo bom dia bem humorado pela manhã. Pelo sorriso de felicidade.
Me ganha nos pequenos gestos, na mensagem no meio do dia, dizendo que viu algo que te fez lembrar de mim.
Me encanta se ele lembrar do meu suco favorito. Se ele me der a mão. Se nós passarmos um tempo lendo apenas sentados um do lado do outro.
Me encanta se ele gostar dos mesmo filmes que eu. Se assistirmos uma maratona de alguma série. Se sairmos apenas para andar e conversar.
Me ganha se for educado. Se for gentil com o padeiro. Se disser obrigado.
Me encanta se ele for doce, se disser somente o necessário em voz baixa perto do meu ouvido. Me encanta se  me olhar.
Me ganha se for livre, se for bem resolvido, se o que tivermos for leve.  Me ganha se tiver vontade. Se beijar como se sempre fosse a última vez.
Me encanta se o abraço for apertado. A respiração for funda. E o desejo for grande.
Me ganha sempre que houver verdade. Sempre que houver paixão.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Promessas

Eu já fiz várias promessas a mim mesmo. E muitas delas eu não cumpri. Mas uma que eu me lembro ter feito há muito tempo eu venho mantendo, a de nunca aceitar o que tem no lugar do que eu gostaria que tivesse.
Não é preciso aceitar quem ou o que se tem quando isso não é o bastante para se sentir completo ou ao menos feliz.
Às vezes abrimos mão do que somos ou do que queremos para manter o que temos. Às vezes lutamos tanto para não deixar uma coisa que para nós parece importante e realmente é, que, não percebemos que desistir nem sempre é sinal de fraqueza. Desistir para começar de novo pode doer, mas não dói mais do que viver imaginando como seria se tudo fosse como queríamos. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Garrafa vazia

Eu sou cíclico. Impreciso.
Pego todos os tipo de aviões para os mais diversos tipos de destinos, mas sempre volto e pouso no mesmo aeroporto. Eu fujo de mim mesmo, me canso dos meus caminhos errados, das curvas fechadas que eu faço acelerando, dos atalhos que só me fazem andar por rotas cada vez mais longas, e que sempre acabam na mesma estrada principal. Eu mergulho fundo, me jogo nas ondas e me deixo à vontade da maré, tantas vezes engulo água, bato nas pedras, me machuco mas sempre termino ali, onde a água e areia se misturam, na exata linha variante da praia, onde o mar perde a força.
Eu sou elástico. Incoerente.
Sou um barco a vela, levado pelo vento, sem comandante, sem rumo definido mas com uma âncora pesada que me pára onde e quando eu acho necessário.
Como um pássaro curioso e distraído que se perde propositalmente do seu grupo, mas sempre volta quando sente perigo.
Sou como noite de verão, quente alegre e provocante, mas que à qualquer frente fria se rende. E qualquer chuva à faz desaparecer.
E me resta ser apenas como uma garrafa de qualquer bebida forte, doce no começo, sem sentido no meio e  vazia no final. Mas como toda garrafa que pode ser cheia novamente com um novo rótulo e uma promessa de ser melhor do que a anterior.
Eu sou dobrável. Confuso.




♪ Ouça: Um Par - Los Hermanos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Fotografias

É estranho ver fotos antigas, momentos registrados que nós mesmos nem nos lembramos.
É ficar pensando em quanta vida já ficou para trás. Quantas pessoas que aparecem nos abraçando, hoje estão tão longe ou nem aqui mais estão. Quantas risadas marcadas em pedaços de papel que agora nós não sabemos porquê. Às vezes é difícil voltar ao passado, é doloroso rever certas pessoas que estavam tão ali, tão próximas e agora...
Fotografias registram bons momentos, sorrisos, abraços, beijos, festas, alegria, fazemos isso como se quiséssemos guardar isso para sempre. Imagens de felicidade. Tudo que já ficou distante.
Olhar para o passado de algum modo é tentar reviver. É sorrir pelo simples fato de já ter sorrido antes. É querer sentir, por um dia já ter sentido. É se ver por fora.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Às vezes o melhor a fazer é deixar ir

Às vezes amar pode ser muito difícil. Às vezes amar quer dizer abrir mão. Nem sempre ter por perto pode ser o melhor. O amor às vezes machuca tanto que o melhor que nós podemos fazer é nos afastar dele.
Quando o sentimento é forte demais e um de nós não consegue suportá-lo, só fará o outro sofrer.
Nós nunca deixamos de amar ninguém, amor nunca acaba, amor não envelhece, amor não se esgota, não cansa, mas amor muda, se transforma, o amor amadurece e encontra outras maneiras de se manifestar.
O amor não dá pra entender.


Quando a gente ainda se ama, mas não quer se ter por perto, o que quer dizer isso? Como é possível? Quando a gente quer tanto o bem de uma pessoa, quer que ela seja feliz, que realize todos seus sonhos, mas não quer estar com ela para compartilhar, o que isso significa? Quando tudo que você faz durante o dia te lembra alguém, te faz sentir saudades, mas mesmo assim você só quer isso como um boa lembrança, o que isso pode ser?
O meu amor não tem fim, eu nunca deixei de amar ninguém que foi importante e ainda é em alguma parte da minha vida, só que eu entendo que isso não foi o suficiente, não houve outros motivos para manter essa s relações de pé. Amor é fundamental, mas amor não suporta todas as coisas, não mantém tudo vivo embora esse mesmo amor não morra nem deixa morrer.
Amor não é nada mais do que uma bagunça, um jogo que na maioria das vezes só tem perdedores. Uma brincadeira que só faz chorar.
Às vezes amar é tão difícil que o melhor a fazer é deixar ir.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu teria feito

Eu não estava onde queria, eu não estava onde deveria estar, eu não estava em lugar algum.
Eu daria a vida para poder ter estado com você naquele dia. E poder ter segurado sua mão e não ter deixado você partir. Eu teria te impedido, teria chorado, caído no chão se fosse preciso. Eu poderia ter te batido para evitar que você saísse por aquela porta, por onde você nunca mais entrou.
Eu queria ter te protegido do maior perigo, que era você mesmo. E mesmo você me mandando embora eu deveria ter ficado, ter brigado, ter feito como uma criança manhosa que só faz o que quer.
Eu podia ter ignorado tudo o que você me disse, podia ter fingido não ter sido magoado pelas suas atitudes se isso tivesse te impedido de ir.
Eu teria feito qualquer coisa que fosse preciso se eu apenas desconfiasse no que tudo aquilo daria.
Eu teria feito de tudo para que hoje você não fosse só uma lembrança. Eu teria ido junto. Eu não sei o que eu faria, mas eu  faria qualquer coisa.
Por mais que eu saiba que tudo fora consequências das suas próprias escolhas eu me esforçaria para que você não tivesse tido que pagar por elas.




♪ Ouça: Little Dreamer - Christina Aguilera

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eu não tenho ninguém

Tudo é calmo, tudo é tranquilo, tudo é chato. Nenhum relacionamento problemático para conversar com os amigos, nenhuma crise para ser superada.
Sozinho aparecem tantas preocupações sobre tantas coisas, que quando a gente está com alguém,  parece que se escondem.
Às vezes deve ser assim, quem sabe?! Um tempo de paz entre tantas confusões.
Por um lado é bom saber que ninguém vai me decepcionar, afinal eu não tenho ninguém, ninguém vai me ligar pedindo perdão por ter feito algo errado que iria me magoar. Ninguém vai se atrasar, me deixando ansioso de preocupação. Ninguém vai me deixar com ciúmes com uma 'saída rápida' para atender o celular. Por enquanto ninguém vai me fazer sofrer, talvez esse seja o lado bom de se estar sozinho.
Mas e pelo outro lado?
A cama vai estar vazia no inverno. O jantar vai ser no sofá. Não vai ter ninguém para eu contar o final do livro e deixa-lo irritado por querer ler também depois. Não vai ter nenhum sorriso antes de dormir. Ninguém para eu me preocupar por estar atrasado. Não vai ter discussão pelo controle, nem planos para o domingo.
Mas o mais preocupante talvez seja o fato de isso não estar me preocupando, talvez não tanto quanto eu achei que estaria. A ideia de ficar sozinho sempre me apavorou, mas por algum motivo isso agora não importa. Talvez o que no fundo eu queira mesmo é estar sozinho pra me encontrar (tem frase mais clichê cafona que essa?) Talvez eu queira mesmo é, parar para pensar, decidir e ver exatamente onde eu quero estar e ir, em vez de apenas me jogar em tudo sem analisar onde vai dar.
Talvez o calmo, tranquilo e chato seja o melhor agora.



sábado, 28 de janeiro de 2012

Eu Não Quero Voltar Sozinho



De 2011 um belíssimo curta.

Tantas coisas

Tantas coisas eu abandonei por já não ver sentido.
Eu já não fumo mais, por não ter com quem dividir a noite. Romance eu já não assisto, por ter me cansado de chorar com histórias tristes. E minhas viagens quase não contam mais com praia como destino principal.
No parque eu só corro, por já não ter com quem andar. Livros, estou lendo muitos, para ocupar meu tempo. As fotos eu guardei num lugar difícil para não mais olhar. E as músicas, nenhuma que me faça lembrar você, só quando estou afim de sofrer um pouquinho.
De certa forma amar é perder um pouco de si, para dar espaço à outro. De certa forma é perde um pouco de nossas convicções para abrir espaço para uma nova opinião.
Por enquanto, alguma preocupações sumiram e outras reapareceram. Mas a cada dia eu tento encarar as coisas de uma maneira diferente, tento ser mais simples, mais direto e mais objetivo.
Agora ando com mais calma, paro com mais frequência se acho necessário.
Tantas coisas eu já abandonei por não ter mais você.
Embora tantas outras coisas eu já ganhei.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Abra a janela

Abra as janelas para o ar circular, faça uma faxina para organizar a alma.
Abra as janelas para o sol entrar. Jogue fora, jogue pra bem longe o que não te agrada.
Às vezes pensar primeiro em você não é egoísmo.
Esperar mais um pouco não significa desistir.
Conselhos às vezes não são bons.
E mesmo as pessoas que nos amam podem nos deprimir.
O silêncio tem muito a dizer.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Alegria



Eu vou buscar alegria, onde ela estiver, e se não a encontrar então eu vou fugir, quase que como uma criança quando corre de algo que lhe dá medo. Eu vou procurar a alegria, sem deixar que nada me entedie, nada me tire um sorriso, nada me faça discutir com alguém, eu vou buscar a felicidade como um filhote procura o leite, dando tropeçadas e caindo de cara no potinho. Eu vou atrás da paz, da tranquilidade de dias quentes, chegar em casa com uma sensação de realização, sem medo de acordar para mais um dia e depois mais um e outro logo em seguida. Eu quero a novidade, o inesperado, o olhar desconfiado com um pouco de ansiedade diante do desconhecido.
Eu quero sempre o brilho nos olhos, a energia na voz, o peito estufado, os pés descansados, o sorriso na boca e a mão sempre estendida.
Viagem sem roteiros, filme sem sinopse, cozinha sem receita, meu cachorro sem coleira, contentamento sempre contente.
Eu quero o que muitos dizem não existir.
No fim, eu quero Ser mais do que Ter.
Porque eu sempre procuro as mesmas coisas, às vezes desvio o caminho, com frequência me perco. Mas sempre quando paro para me localizar, eu traço a direção da minha paz novamente.




Vamos fazer desse ano, o ano de mudanças e do começo das muitas realizações dos nossos sonhos e planos, para que não cheguemos em dezembro e nos decepcionemos com nós mesmos.  Eu quero chegar no fim do ano e poder escrever que eu fiz o que queria e poder compartilhar isso com vocês.


Aquele abraço.


♪ Ouça: Morada - Forfun