terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como se fosse a primeira vez. Outra vez.


Outra vez eu sinto meu coração disparado. Minhas mãos tremem, e eu sinto um forte aperto no meu peito. Mais um vez eu te vejo de longe, seu andar é igual, você já me viu faz tempo, mas disfarça para não sorrir de longe e parecer bobo. Outra vez eu sinto seu cheiro, ainda é o mesmo perfume, levemente amadeirado, você sabe que eu não gosto dos cítricos. Seu sorriso é tímido mas sua vontade é de me abraçar. Minha voz some, sempre some quando eu fico nervoso. Você está tão lindo. Eu tento perguntar como anda a vida? O que anda fazendo nesses últimos meses? Cara eu sempre fico nervoso perto de você. Outra vez e mais uma vez acendemos um cigarro. Parece que o gosto fica melhor quando fumamos juntos. Bobagem. Pergunto sobre a faculdade e todos os assuntos que não nos interessa. Mas minha única vontade é de largar tudo e cair nos seus braços te abraçar tão forte e ouvir outra vez nossos planos. Outra vez ouvir sua voz suave e aquele sorriso de canto de boca me pedindo para ser só seu para sempre. Por que existe o tempo se ele acaba com o que amamos? Separa o que julgamos ser para sempre? Por que existe a distância se ela machuca e divide o que nós temos de melhor? Outra vez nos despedimos e os olhos ficam vermelhos e cheio de lágrimas. Outra vez eu viro as costas dou dois passos e olho para ver se você ainda está ali. Mais um vez nós sofremos sozinhos e calados.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

É dessa certeza que eu preciso


Já fazia algum tempo que eu tinha perdido a certeza de que o amava. Aquela certeza de que vai durar tudo para sempre, traduzindo aquele sonho adolescente de que o amor é eterno. Eu já não sabia se queria acordar ao seu lado todos os dias. Seu corte de cabelo era tão previsível, você todo era previsível, do momento em que acordava, o que comia no café da manhã, no decorrer do dia, o sexo e como você dormia, sempre se repetia. Eu já não queria mais correr com você pela praia antes de ir trabalhar, e me enjoava o almoço que a empregada fazia. Eu já não queria mais dividir seu armário, o banheiro estava pequeno, e tinha cansado das nossas brigas pelo controle da TV. E a companhia dos meus gatos era o que mais me fazia sorrir. Eu já não queria que você soubesse quem eu era, me escondia atrás de traços errados para não me apresentar. Comecei a odiar tudo que eu sempre amei, até que eu percebi que não tinha nada de errado comigo, além de eu não mais querer sua companhia. Que quem eu era ainda existia, só não existia mais a minha vontade de dividir isso com você. Eu iria continuar sendo eu, com minha câmera, fotografando o olhar das pessoas, eu ia continuar na minha prancheta com meus desenhos, ia continuar na noite com minhas cervejas e meu cigarro, ia continuar no sofá da sala com meus filmes. Só que eu ia continuar sem companhia, porque a que você tinha para me oferecer eu já não queria mais, já não despertava sorrisos no meu rosto, já não causava arrepios no meu corpo, nem fazia tremer mais a minha voz.

Talvez agora um novo alguém.


Alguém que te faça sorrir sem motivos, que te olhe a todo momento só para ter certeza de que você está lá. Alguém que segure sua mão para se sentir e te fazer se sentir protegido. Alguém que não tenha medo nem tenha vergonha do que é. Alguém que te acorde domingo de manhã com um sorriso sincero que só as pessoas que amam são capazes de ter. Alguém que mesmo depois de muito tempo ainda consiga te deixar tímido com um elogio, confortável com um carinho, e envergonhado com um olhar mal intencionado. Alguém que te conheça de tal maneira que apenas com um gesto já saiba o que está sentindo e você da mesma maneira com ele. Alguém que você possa confiar e que você saiba que nunca nessa vida faria propositalmente algo para lhe magoar. Alguém que faça você sempre querer mostrar o melhor de si mesmo. Alguém que você possa dizer e fazer tudo que quiser sem medo de parecer cafona. Que você realmente possa ser cafona e mesmo assim ele ainda vai ter a achar o cara mais bonito de todos. Alguém que te cale com um beijo quando você começar a surtar com ciúmes infundados.

Você já não vai voltar.


Durante algum tempo eu senti tanta raiva por você ter me abandonado, por ter ido sem me avisar. Por algum tempo eu não te perdoei por ter desistido de nós, por ter desistido de si mesmo e principalmente por ter desistido de mim. Durante algum tempo eu achei que mais cedo ou mais tarde você voltaria, que eu atenderia o telefone e ouviria sua voz, que em algum momento eu acordaria e você estaria novamente ao meu lado, abrindo a cortina e me dizendo: 'Acorda amor já está tarde para dormir, ou Quer ficar na cama tudo bem, mas vamos fazer coisa melhor então' Durante algum tempo eu não pude aceitar que para o lugar que você foi eu não podia te chamar, você não mais atenderia as minhas ligações e nem enxugaria minhas lágrimas. Durante algum tempo eu não quis aceitar que eu estava sozinho, que a dor que eu estava sentido você não poderia curar. Durante algum tempo eu não pude aceitar que você nunca mais voltaria nem para mim, nem para ninguém que te ama. E isso, isso eu ainda não consigo aceitar. E talvez, eu nunca consiga. Dá para se conviver com a dor, mas isso não à torna menor. Eu sinto tanta saudade, eu te amo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

E todas as vezes que eu paro para pensar em todos os erros que eu posso estar cometendo, ou em todos os lugares que eu poderia estar agora, e todas as respostas que eu poderia já ter encontrado, isso me causa uma confusão profunda e uma angústia imensa de nunca saber. Porque o que são esses erros? Como saber se são de fato erros? E se ao invés disso tivesse escolhido outro caminho, que tipo de dúvida eu carregaria agora? Talvez se tivesse encontrado outras respostas além das que eu tenho, não poderia eu estar questionando como estaria ou como seria se estivesse neste lugar, o meu lugar? Eu não sei, pois já estou achando que errar é acertar de certa forma.
Se um dia você quis ser amado por inteiro, se um dia você idealizou um cara que venere o homem que você é, que saiba escutar suas palavras e também os lampejos da sua alma, que seja fiel a você em todos os sentidos, que seja um verdadeiro companheiro para todas as horas – sejam elas boas ou ruins –, que seja eu a brindar a sua existência com momentos intensos de alegrias, de prazeres, de satisfações plenas.

(desconhecido)