quarta-feira, 30 de março de 2011

Atenção demais faz mal


Pessoas inseguras e carentes na maioria das vezes não sabem o mal que estão fazendo a pessoa que está com elas. Mas elas entram na nossa vida e roubam nossa paz, nos jogam no meio de uma confusão de incertezas e dúvidas, exigem que provemos constantemente os nossos sentimentos, ficamos o tempo todo pensando no que dizer ou o que fazer.
Pessoas inseguras e carentes também precisam ser amadas e muito, mas antes precisam se encontrar e perceber que antes de amar outra pessoa é preciso se amar, e que não se pode exigir de alguém o que você não pode dar de si mesmo. Amor é importante em um relacionamento, mas não é a única coisa, onde não existe paz, tranquilidade, liberdade, tolerância, confiança e respeito o amor morre seco.

terça-feira, 29 de março de 2011

Pouco me importa


Cansei de você.
Cansei das suas tentativas frustradas de ser outro. Enjoei da sua conversa na mesa do café da manhã. Cansei dos seus dilemas, suas dúvidas, da sua insegurança.
Não ligo mais para o que você vai fazer, perdi a paciência de tentar te dar conselhos, gastar horas tentando de convencer de que algo, e em minutos você fazer exatamente o contrário. Não ligo se quando eu voltar para casa hoje, você não estiver aqui, não me importo se você não atender mais o celular.
Dane-se, você pode rasgar minhas roupas, queimar minhas revistas, quebrar meus dvds.
De agora em diante vou sair sozinho, não direi que horas vou voltar. Cansei de estar para quem não está. Não ligo mais se você for embora, se nunca mais voltar. Minhas decisões tomarei sozinho, meu futuro não pertence mais a você, acabou sua influência sobre ele. Deixei de ser o cara que espera.
Por muito tempo, acreditei que minha felicidade dependia disso, de você, mas hoje só vejo que a única coisa que você me fez, vou gastar o meu tempo.
Vou estar longe quando você se cansar da maneira que leva a vida, vou estar ocupado quando se der conta de como se ocupou de coisas desnecessárias.
Pouco me importa o que você vai pedir para o jantar, você vai comer sozinho.
Eu agora estou indo, e não pretendo voltar, estou indo por outro caminho, um onde não precisemos nos encontrar.
Eu enjoei de você, eu enjoei do jeito que nós somos. Cara, talvez eu tenha enjoado de mim, de como eu sou quando estou com você, e esse é um motivo forte para que eu então mude, e volte a me surpreender comigo mesmo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Só o que eu quis e fiz


Durante algum tempo minha mente se esvazio.
Eu precisei deixar tudo de lado para me concentrar no que eu iria fazer.
Pensei apenas no novo caminho que eu teria que escolher para então poder segui-lo.
Durante esse tempo eu ignorei todos os que estavam por perto, e não dei atenção aos seus conselhos, nem deixei que eles tentassem me fazer mudar de idéia.
Somei as minhas perdas, me conformei com o que já tinha acabado, e então pude olhar para frente.
Enquanto esse tempo passava, eu pude ter a certeza de que essa não seria a última vez que eu passaria por isso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Metido à aventureiro


Quando você perde alguém, você perde muito mais do que você acredita estar perdendo. Além da perda física, perde-se todo um futuro de planos, sonhos, desejos e idealizações. É como ver todo o tempo que vocês passaram juntos, acreditando e criando um amanhã perfeito se diluir e escorrer sem um destino conhecido, para um lugar de onde você não pode resgatá-los. Com a perda você também ganha, ganha desorientação, incerteza, tristeza, medo, insegurança, todas as coisas que antes você não conhecia, porque tinha alguém que lhe defendia de tudo isso. Você se sente tão vulnerável, tão fraco e impotente que só pensa em fugir de toda essa nova realidade, a qual você não escolheu. Aí faz o que é passível de ser feito, sofre, chora, se esgota, apaga, nega e chora novamente. Uma hora o desgaste do sofrimento é tão grande que não te sobra mais nada além de aceitar. Admitir que perdeu e encarar que se está sozinho outra vez. Aceita que tudo que tinha planejado para você não existe mais e que terá que ter novos planos e novos objetivos. E por mais que isso doa, doa muito, você tem que recomeçar.
Recomeçar não é fácil. Quando se faz tudo pela primeira vez é menos complicado, não se sabe o que virá depois. Quando se está recomeçando, você sabe os próximos passos, sabe o que te espera, claro que nada é igual, mas o processo é o mesmo. E ninguém pode te ajudar com isso.
E assim você vai indo, um dia por vez. Têm dias tristeza volta forte, dias que parecem ser impossíveis de se aguentar, outros são mais tranquilos, mas chega uma hora que você rencontra motivos para ser feliz. Você conhece um outro cara. Um outro cara que ri das suas piadas sem graça. Que entende que você definitivamente é muito bom em pedir comida pronta, que te acha o melhor motorista do mundo e que não liga para pouca definição do seu abdômen. Que fica vermelho quando você faz aquela cara de más intenções em público. Reencontra alguém que quer estar o tempo todo contigo. E aí você sente uma vontade enorme de ser o melhor cara do mundo para ele, porque é isso que ele está sendo para você. E vocês começam então a ver tudo com um olhar só, e novamente os planos recomeçam, planejam ansiosamente a viagem do fim do ano, finalmente você encontra um companheiro metido à aventureiro igual a você, que curte montanhas, cachoeiras, trilhas e acampamento. E vocês passam horas olhando mapas, pesquisando lugares bacanas para conhecerem juntos.
E aí finalmente, você começa se lembrar apenas com uma saudade boa do seu passado e das coisas ótimas que viveu nele, mas agora já sem o sofrimento de antes, sem aquele vazio que parece que vai tomar conta de tudo. Você não esquece de nada, apenas se permite não sofrer mais tanto assim.
Recomeçar é difícil, ninguém nunca disse que não seria. Mas se você não fizer isso, vai viver apenas no passado, apenas de lembranças e por mais que elas sejam maravilhosas, são apenas lembranças.

sábado, 12 de março de 2011

Eu não posso te defender de si mesmo


Você corre, cada vez mais rápido, para cada vez mais longe, mas sem chegar a lugar algum. Se esconde de si, com medo de descobrir a pessoa que aí dentro você guardar.
Eu não posso te defender se si mesmo. Você é seu maior inimigo, se aprisiona, assustado se perde dentro dos seus sentimentos, porque dessa maneira tudo fica mais fácil, talvez é o que pense.
Afasta as pessoas que te querem por perto, machuca, ainda que sem querer. Faz sangrar. Você vem, sai e depois volta, envolve a todas na sua desordem, tira a paz de quem te ama. Está tão perdido e mesmo assim se recusa e receber ajuda.
Eu já vi e vivi isso antes, sei qual será o seu próximo passo, e eu não gosto. Sei que você não fica por muito tempo. Logo alguma dúvida lhe fará ir embora novamente.
Isso para mim não basta, para ninguém deve bastar, é por isso que você está sempre sozinho, porque só oferece meios sentimentos, meias emoções, metade do que se deve ter.
Eu não posso te defender de si mesmo, mas posso me proteger de sofrer ainda mais.
Dessa vez quando você voltar eu já não vou mais estar aqui, e quando me procurar e finalmente não me achar, talvez e quem sabe dessa vez perceba que eu não fui o primeiro que você deixou sair da sua vida, e se dê conta de que possivelmente não serei o último.

♪ Ouça: Tears Dry Their Own - Amy Winehouse

terça-feira, 8 de março de 2011

Ele era perfeito.


Ele era perfeito. Perfeito como um dia de sol na praia não muito cheia. Seus olhos eram castanhos de uma expressividade inocente. Seu cabelo era liso, caia sobre seus olhos, os olhos eram perfeitos. E ele me olhava como se eu fosse o único cara que existisse. Sua voz era doce, seus lábios era grandes e seu beijo era quente.
Ele era perfeito seu sorriso era daquele tipo que iluminava o ambiente, simpático não havia quem não gostasse dele, é, isso me preocupava um pouco. Ele era skatista, todos sabem minha atração por camisa xadrez, gírias e aqueles bonés.
Nossas tardes eram perfeitas. Na quadra, ele ficava caindo do skate, e eu ficava desenhando, às vezes lia alguma revista também.
Ele me dizia e sempre repetia que tudo era mais fácil ao meu lado, que eu o fazia sorrir sempre. Mas para mim, ele quem fazia isso comigo. No banco velho de madeira, no quintal da casa dele, no meio do paisagismo dos anos 90, ele tocava gaita, o movimento com as mãos, seu olhar concentrado e aquela música me faziam esquecer das horas à noite, a gente ria, conversava, beijava, tomava cerveja, madrugadas a dentro, nesse ponto não sei ser romântico nem elegante, eu detesto vinho, gosto mesmo é de cerveja.
Ele gostava do que eu gostava, gostos estranhos, nós sempre pedíamos pizza de escarola, todo mundo torcia o nariz e a gente comia ela inteira. 'Vocês dois combinam sabia?' A gente sempre ouvia isso na balada.
Ele era perfeito, se vestia tão bem. Não sentia ciúmes exagerado, saíamos separados às vezes, confiávamos um no outro. Ele era calmo, eu sabia que estariaa ali sempre, só esperando meu sorriso e meu abraço.
Ele era perfeito, tão perfeito quanto um sonho, o meu sonho, onde eu o criei.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Aluguel de realidades


Ontem eu acordei cedo, estava começando a ficar frio, o vento pelo menos estava bem gelado. O sol nem estava muito evidente, um tempo nublado, que particularmente me deprime um pouco. Levantei e fui até o banheiro, ainda dormindo escovei os dentes, e só acordei depois de lavar o rosto. Como todos os dias, sentei à mesa, minha mãe e meus irmãos conversavam, mas eu não escutei nada, comi meu cereal, tomei meu suco. Saí. Fui à academia, e por mais que eu me esforçasse para ser simpático, ignorei totalmente a presença de todas que estavam lá. Fui ao parque, tirei o tênis, pus os pés no lago e deitei na grama, de longe ouvia a voz das pessoas que caminhavam, as quais eu também ignorei. Meus pensamentos voaram, em muitas direções, quase dormir ali mesmo. A essa altura as nuvens já estava indo embora e o sol começou a incomodar. Levantei. Voltei para casa. Sentei na calçada, meus cachorros logo deitaram do meu lado, e eu dormi. Não eram nem 11 horas da manhã ainda e eu já estava cansado daquele dia. Acordei com a Tia Lu perguntando se era para fazer almoço para mim, respondi que não.
Eu não sabia onde minha mente se encontrava, não conseguia me concentrar em nada por muito tempo, logo minha cabeça estava vazia. Sentia falta de algo, sentia falta de alguém, sentia que não queria estar onde estava, nem com as pessoas que eu me encontrava. Eu sabia que algo estava errado, que estava fora do lugar, droga eu estou tão perdido. Tudo que eu faço, que eu falo, que aparento, são só disfarces, por dentro eu estou destruído, em uma desordem que me sufoca.
A tarde tudo piora um pouco, é o calor, o sono, e a preguiça social que fazem com que as horas se arrastem. 'Coca Zero ou suco de laranja sem açúcar?' a moça da lanchonete já sabia o que eu ia pedir, estou me tornando previsível. Só para contrariá-la pedi café, mas sem açúcar. Já tinha ouvido meu celular tocar, mas não queria atender, não queria falar com ninguém, parecia tão difícil abrir a boca.

Novo contrato


Noite começou a cair, eu queria sair, sozinho, andar de carro por aí. Parar em algum bar, beber, isso eu queria. Tomei banho, me troquei. 'Calça jeans, camiseta preta e esse tênis velho, é uniforme? Achava que gays tivessem bom gosto.' Minha irmã sabe ser chata a todo momento. Só a ignorei peguei meu isqueiro e saí. Entrei no carro acendi meu primeiro cigarro, liguei o som e sem nenhum plano, sai. Rodei um tempão, já estava enjoado de dirigir, já tinha tomado algumas latinhas, parei em um bar qualquer, nem me lembro o nome. Nunca tinha ido antes, pensei que não encontraria ninguém conhecido, me enganei. Sentei numa mesa longe da porta em um canto, pedi cerveja. Não demorou muito e eu ouvi: 'Quem é vivo sempre aparece.' Acho que o que correto desse ditado idiota seria - Quem é chato sempre aparece. Ex-caso é pior que ex-namorado, sempre retornam com pequenos dramas. Convidei ele para sentar, e bebemos. Bebemos muito. Quando me dei conta, já estavamos em 5 na mesa, eu mais ouvia e olhava do que falava, mas houve todos os tipo de conversas. Fui ao banheiro e uma cena clássica aconteceu, fui seguido, mas para minha surpresa não era meu ex-paquera, era um amigo dele, com tanto álcool nem pensamos muito e já estávamos nos beijando no banheiro. Pagamos a conta, fui para casa dele. Com minha nova companhia, já não mais me fazia falta o que de manhã me fazia, nem demorava o tempo a passar como a tarde, na verdade o tempo voava. Fizemos o que nós já queríamos ter feito no banheiro do bar. E depois repetimos, suamos muito, fizemos tudo que tivemos vontade e por fim fumamos o último cigarro da noite. Cansados dormimos. De manhã eu acordei, com uma estranha sensação se acordar em um lugar desconhecido, gravei meu número no celular dele, procurei minhas roupas, me vesti, peguei minhas chaves e fui embora, sem ele acordar. De ressaca cheguei em casa, e caí direto na minha cama. Mais um vez e outra vez ignorei os comentários sobre minha cara de acabado. Dormi, para que quando acordasse tudo isso se repetisse. A falta que eu sinto de alguma coisa que eu não sei dizer o que é. E de um alguém que eu sei que não vai voltar, de vez em quando me faz querer não querer mais nada. E eu faço coisas que eu sei que não vão mudar em absolutamente nada, nada do que eu fizer.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Entre baralho, sinuca e um novo amor.


Quando se passa muito tempo namorando e depois, algum tempo sozinho, você perde um pouco da prática de conhecer pessoas novas, se acostuma tanto com o jeito de um cara só, e depois com o seu próprio jeito que se esquece de como as pessoas são diferentes.
Estamos tão acostumados à jantar com a mesma pessoa, que já sabemos o que ela vai pedir no restaurante, e quando saímos com alguém diferente, estranhamos as maneiras dele. Conhecemos o gosto musical, e já se tinha estabelecido um consenso do que ouvir no carro, aquelas músicas que agradavam os dois. Sabíamos como ele ia sair no fim de semana, que tipo de roupas costumava usar, e gostávamos do seu estilo. O humor matinal, seu cereal predileto e todas as coisas que aprendemos dividindo o tempo com alguém, isso também a gente já sabia.
Nos acostumamos e nos condicionamos a já ter isso certo, que às vezes agora não temos muita paciência para aprender tudo de novo, de um alguém novo.
Precisamos de tolerância, até que possamos outra vez ter o 'nosso' com um outro e novo alguém, nossos filmes preferidos, o perfume que agrada, porque vamos combinar que o cheiro é fundamental.
Vai levar um certo tempo para que tudo se encaixe novamente, não dá para logo de cara você se apropriar de algumas roupas dele, e você talvez nem vai gostar muito de encontrar ele com sua camiseta favorita. Intimidade leva tempo e dedicação. Mas é preciso estar disposto a compartilhar novamente. E ser apresentado ao mundo dele. E cara, pensa bem, vai ser bom, conhecer coisas novas, manias novas, amigos novos, os dele que você vai ganhar, e se ele mandar bem na cozinha, uns quilos novos também. E seja bacana, mostre o que você é. Deixe ele te conhecer, mostre seus conhecimentos sobre arte, novela, futebol ou twitter, o que você dominar. E que vocês sejam companheiros em todos os sentidos, inclusive na sinuca e no baralho, namorados ganham fácil quando estão jogando em dupla. Só não tenha medo de novidades nem aceite o estado que você se encontra se isso não está lhe fazendo bem.