sexta-feira, 27 de abril de 2012

Eu não te peço muito

Só não desista de nós.
Não fuja para longe de mim.
Não desvie os seus olhos dos meus.
Nem segure a voz se estiver com raiva de mim, grite, brigue, só não fique calado.
Só não se afaste, não leve de mim a minha melhor parte.
Não feche essa porta.
Eu não quero mais sofrer.
Eu estou cansado de ser forte, de fingir que tudo está bem.
Não me faça te ver partir, não abra esse vazio.
Só não me dê mais motivos para chorar.
Não corra para o outro lado da rua.
Só segure minha mão, aceite, apenas aceite.
Eu nunca vou ir. Eu nunca vou te deixar.
Não tenha medo.
Eu não te peço muito. Não te pedirei nunca. Nada além do que você não possa dar.
Apenas ame e se deixe ser amado.
Só não desista de nós. Por favor não desista.
Não precisa olhar muito longe para perceber que tudo que precisamos está aqui, em nós mesmos.
Eu não quero ir onde você não estiver.
Só me acompanhe. Por favor me acompanhe.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Treze Minutos ou Perto Disso...


Diálogo bem estruturado e muito interessante (Curta-metragem)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nenhum papel amassado


De que vale sentir saudades? Se o que ficou pra trás não volta?
Mesmo coisas que retornam nunca são iguais.
Nós mesmo depois de uma grande perda ou decepção nunca mais voltamos a ser os mesmos. Nada continua igual, nenhum papel amassado, nenhum vidro quebrado, nada fica igual.
Nada retorna a seu ponto de origem da maneira que um dia saiu.


Talvez daqui algum tempo nós possamos entender nossos motivos, daqui uma década possamos conversar como bons amigos e quem sabe finalmente entender.
Talvez possamos ver tudo apenas como pessoas que escolheram o que tinham para escolher. Nada além disso.

De que vale pensar no que ficou para trás? Se nós lembramos só do que queremos. Quantas horas passam todos os dias sem nem percebermos? Quantas voltas o mundo já deus desde a última vez que estivemos juntos?



Talvez daqui um certo tempo não sintamos mais esse vazio que agora nos faz sofrer tanto, aí possamos rir de tudo que hoje nos faz chorar. Sentados questionando nossa imaturidade.

Lucky Blue

Curta-metragem

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Você poderia ter sorrido

Você não precisava ir tão longe. Dizer que foi um erro, que estava feliz que tudo tinha terminado. Qual foi nosso erro? Se entregar demais? Se amar demais ou ser verdadeiro demais?
Você não precisava ir tão fundo, ignorar o passado, apagar nossas fotos, se afastar dos nossos amigos, mudar o número do telefone, eu nem mesmo ia te ligar. 
Você não precisava ir tão baixo, dizendo a todos que nunca me amou, que não sabe o que nos manteve juntos todo esse tempo. 
Você poderia ter sido melhor, poderia ter dito que tudo tem seu tempo, que o amor não acabou, mas que nossos interesses mudaram.
Você poderia ter sorrido, ter olhado para trás e ter guardado lembranças que não podem ser apagadas. 
Você poderia ter sido sincero, ter reconhecido que o que nós tivemos foi tão forte que às vezes fazia doer, que  foi tão intenso que às vezes faltava o ar.
O que eu te fiz além de ser seu? O que eu fui que te fez tanto mal? O que aconteceu que o que nós jurávamos ser para sempre hoje para você nem se quer existiu? O que eu quis que para você foi demais? 
O que eu fiz além de sofrer por dentro e sorrir para que ninguém tivesse o que falar?
O que eu fiz além de te amar mais do que imaginava ser possível?
Nós poderíamos ter sido melhor, poderíamos ter tentando outra vez. Ter recomeçado.
Nós poderíamos ter sido fortes, suportado a dor, seguido em frente. Nós poderíamos ter tido tudo. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Por algum motivo

Por algum motivo, que eu ainda não descobri qual, acreditei que seríamos aquele casal de capa de revista.
Eu sonhei que poderíamos ter uma casa aconchegante, com uma cozinha grande e aberta para recebermos nossos amigos. Por algum motivo que eu não consigo justificar eu acreditei em um final feliz, em um bobo final de novela.
Imaginei uma cama grande embaixo de uma janela de cortinas claras, onde toda a manhã o sol nos acordaria.
Imaginei um quintal de grama verde baixa, e paisagismo minimalista. Imaginei passar as noites de preguiça na sala jogando War. Rir de nossos defeitos. Fazer planos para o final de semana.
Imaginei, olha bem como sou bobo, imaginei nós dois frente a frente, arrumando um a gravata o outro, para uma ocasião especial. Nossos tênis de correr num canto perto a porta da frente.
Por algum motivo - perdido - eu acreditei que nós estaríamos sempre juntos, de mãos dadas.
Em alguma parte desse curto caminho eu acreditei que meus pés se cansariam de tanto andar ao seu lado.
E mesmo sem saber - ou mesmo sem ter motivos alguns -, eu planejei, tive esperanças, tive sonhos. Por algum motivo que eu mesmo desconheço, dentro de mim, por esse motivo, mais uma vez eu me iludi.


domingo, 1 de abril de 2012

Pequenos barcos

Nós somos como pequenos barcos, os mais corajosos ficam soltos na água, guiados pelas marés. Se deixam levar mar a dentro, tão longe da costa que chegam a se perder de vista. Outros ficam na praia, amarrados, firmes, seguros de qualquer tempestade. Como pequenos barcos no mar com o vento certo podemos ir a qualquer lugar, mas na areia, em terra firme não fazemos nada. Somos vulneráveis onde qualquer ventania e uma grande onda pode nos virar, onde qualquer buraco que nos façam por menor que seja, pode causar um estrago enorme e nos afundar. Somos como pequenos barcos sem âncoras tentando nos segurar, nos fixar em algum lugar, mas na maior parte das vezes estamos à deriva.