quinta-feira, 21 de julho de 2011

São tão poucos










Eu preciso de novos amigos, de novas verdades, deum novo começo.
Eu preciso viajar, conhecer novos lugares, novas realidades, fotografar novas paisagens, tentar conversar em outro idioma.
Eu quero descobrir, esclarecer, entender o que ainda nem conheço.
Eu preciso correr, 'extra-oxigenar' o cérebro de ideias novas. De pensamentos livres.
Eu preciso conhecer novas pessoas, eu preciso sair desse circulo, desse pequeno espaço que por vezes me deixa sem ar.
Eu quero acordar em outros quartos, em lugares distantes. Quero testar a saudades de alguém.
Quero mochila nas costas, câmera na mão, pés na estrada e paz no coração.
Eu quero voar.
Eu quero as montanhas, os pores-do-sol, a lua cheia.
Campos gramadas, quilômetros de estrada, bares à beira mar.
Quero plantações de uva, cidades antigas, trilhos de trem.
Prédios de cidade grande, feirinhas de interior, rodoviárias lotadas.
Quero o mundo, quero a liberdade, quero espaço, quero companhia.
Preciso de sentido, de um guia, um mapa, um telefone público.
Quero histórias, lembranças e não lamentações.
Quero aprender a cozinhar, pular de paraquedas, soltar as mãos na montanha russa.
Preciso de uma vida, que não seja planejada, cobrada e cronometrada.
Quero ser eu, sem prejudicar ninguém, sem decepcionar ninguém, sem ter que fugir.
Quero ser livre para entrar e sair. Sem ter que dizer adeus.
Quero mais que esses meus vinte e poucos anos...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Divagando em terceira pessoa.


Já passava das 11h da manhã, o quarto já estava quente, mas ele não queria levantar. Rapidamente pegou o celular, mas nenhuma ligação, nenhuma mensagem. Ele sentia um vazio, só queria dormir.
Na sua cabeça se questionava, o por quê mais uma vez estava sozinho. Seu namorado, agora ex-namorado tinha ido embora sem dizer uma palavra, estava magoado, esgotado, cansado de todo o tempo que gastou tentando concertar o relacionamento.
Ele chorou mais uma vez, repassou como em um filme, com uma trilha sonora melosa, todas as brigas que já tiveram, buscando uma explicação para que mais um vez sua cama estivesse vazia.
Todo o amor acabou? Toda a intensidade de tudo que haviam vivido simplesmente havia diminuído? Mais uma vez estava sem respostas. Não queria admitir que poderia ter culpa, já estava sofrendo tanto, para aceitar a verdade. Ele precisa de tempo. Precisava pensar.
O que ia fazer com todas as lembranças? E todos os planos, o futuro que estava desenhado com os dois juntos? As fotografias o que fazer com elas?
A família, depois de tudo que havia passado para assumir o namoro, como dizer que agora tudo tinha acabado?
Ele tinha inúmeras perguntas, uma dúvida imensa. Ele estava perdido, e não sabia como pedir ajuda.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Passaporte carimbado


Todos são diferente, todos tem dúvidas, medos, incertezas, sorrisos, personalidade, todos e cada um diferente do outro ocupam um espaço grande quando nossas vidas se cruzam e nos mostra que ninguém é igual a ninguém e é isso que torna tudo interessante, quando aprendemos a gostar de diferentes maneiras.
Uns te conquistam pela inocência, o olhar puro de paixão, pela vontade de cuidar, de dar carinho e atenção, ensinar o pouco de você sabe, de alguma maneira ser responsável de alguma coisa boa para ele.
Outros pela experiência, as viagens, os assuntos, os restaurante de comidas exóticas que ele conhece. O passaporte carimbado. Seu francês ao pé do ouvido.
Tem os que te prendem pela coragem, determinação, ambição. Se jogam em tudo que tem vontade, falam sem ter medo das reações, são confiantes e convictos do que querem e buscam isso.
Alguns são sensíveis, ouvem sobre seus problemas na faculdade, sobre o cara que copiou a ideia do seu projeto e entregou primeiro. Que te apoia quando seus pais insistem em te lembrar que de nada do que você fizer vai ser o suficiente para eles, esse cara está lá, mostrando que pelo menos para alguém você é mais que o suficiente. Que para pelo menos uma pessoa, você é uma parte enorme da sua vida. Esses entendem o olhar, e são capazes de saber do que se trata o assunto mesmo antes de você dizer qualquer coisa. Existem pessoas que tem a capacidade de falar com os olhos.
Todos que passam por nós deixam alguma coisa acrescentada, e sem saber eles nos ajudam a ser o que nós somos hoje.

Escolha certa

Às vezes ficamos tão preocupados em encontrar a pessoa perfeita para podermos ter então o nosso "final feliz" que deixamos de prestar atenção nas pessoas que nos procuram, não diferenciamos os que dão sinais de que querem ficar, daquelas que estão apenas de passagem. E nessa confusão podemos deixar as pessoas certas passarem, e só depois de perdê-las é que perceberemos que o errado talvez tivéssemos sido nós mesmos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Você vai sentir minha falta


Você vai sentir minha falta... Vai sentir um vazio no peito, toda vez que olhar para uma foto minha e então ver que eu estou seguindo minha vida. E vai se arrepender quando perceber que outro cara descobriu em mim o que você fingiu ignorar.
Você vai sentir minha falta, logo pela manhã, quando ninguém mais acordar sorrindo. Vai sentir o peso da solidão, quando olhar para o lado e só ver mais um travesseiro.
Vai sentir minha falta, quando ver a minha parte do armário vazia, sem minha roupas, sem meus perfumes, sem minha presença.
Vai sentir frio, quando estiver na sala, e passar pelos meus programas preferidos.
Vai lembrar de como éramos felizes, e vai sentir saudade, quando estiver à mesa sozinho, quando lembrar do que eu gosto de comer.
Vai querer mais uma vez dividir um cigarro antes de dormir e vai se lembrar de quanto nós riamos bebendo cerveja madrugadas a dentro.
Vai se arrepender de ter jogado tudo fora, quando alguém fizer algo que te faça lembrar de mim. Quando alguém comentar sobre um filme, que eu já te obriguei assistir centenas de vezes, porque eu achava cult.
Vai chorar quando ouvir as músicas que eu escutava enquanto desenhava. Vai olhar o quarto vazio, que antes era meu escritório e vai sentir minha falta. Vai talvez desejar minha bagunça de volta, vai querer meus papéis espalhados, minhas roupas penduras. A minha xícara de café.
Vai se dar conta de todo o amor que eu dediquei a você e vai se perguntar o por quê me deixou ir embora.
Talvez você tire as fotografias da casa, mude o nome do gato, troque a cor das paredes, jogue fora os objetos que eu comprei, queime os livros que eu te dei e deixe de fazer as coisas que eu te ensinei.
Talvez você viaje, corte o cabelo, engorde, faça todo o possível para me esquecer. Mas, mais cedo ou mais tarde, você vai perceber, que já teve alguém que te amou, que te amou mais do que a si mesmo, e nesse momento talvez você perceba que o único culpado de ter perdido isso, foi você. E aí entenda que por mais que se esforce, vai ter que conviver [só] com as minhas lembranças, com a mudança que eu te fiz, o peso das suas escolhas e com a decisão mais errada que já tomou.