sábado, 27 de novembro de 2010

Segunda página


E eu?
Eu continuo cometendo os mesmo erros de uma pessoa que perde um amor é capaz de cometer.
Vivendo cada vez mais de momentos absurdamente passageiros, em camas desconhecidas, indo embora antes do nascer do sol.
E eu? Eu ando por aí buscando achar novamente alguém que preencha alguns dos meus vazios, eu tento, isso eu admiro em mim mesmo, eu sempre recomeço, eu sempre tento mais uma vez.
Quem sabe como simples como uma folha caindo sobre mim, outro alguém não me apareça e acabe com essa solidão novamente.
De que me adianta ter o tipo ideal, se o que eu procuro não é o perfeito.
Tudo é tão lindo e romântico no começo, até a segunda página, quando eu começo a sentir enjoo.
De que me adianta achar o tipo certo, se o que eu quero está longe de ser o correto.
E eu?
Eu continuo aqui a espera de qualquer coisa, a espera do que eu sei que eu não vou querer. Eu? Eu continuo o mesmo, só um pouco mais desconfiado, um pouco mais seguro, um pouco mais tranquilo.
Eu continuo a procurar o que em mim falta.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Minha carta de adeus

Esse finalmente é um adeus, durante todo esse tempo eu lutei para que fosse um até logo, ou um 'eu sei que você vai voltar' mas agora eu compreendi, aceitei que infelizmente o que você tinha a me oferecer, não era o que eu queria receber.
Você pode não entender agora, mas meus sentimentos, aqueles puros e verdadeiros não mudaram, e nunca irão mudar, eu realmente quero que você seja feliz, quero que você consiga tudo que sonha e batalha para alcançar, espero que você seja um bom pai, um bom marido, enfim, a boa pessoa que você é. Espero que seus sonhos se realizem e que você se sinta completo, que nunca mais conheça a tristeza que um dia me contou que já sentiu. Espero que tanta coisa boa aconteça com você, de verdade é o que eu quero, todas as coisas que eu sempre quis. Mas agora tem uma diferença, eu já não quero estar perto quando tudo isso acontecer, não quero ser eu a sua companhia quando a felicidade bater, não quero eu compartilhar isso com você. Quero sim que ela chegue para nós dois e como eu quero, mas para cada um de maneira diferente e separadamente.
Já não vejo meu futuro com você presente, já não vejo seu rosto ao meu lado quando acordar, nem sinto seu corpo no meu ao dormir.
Isso finalmente é uma carta de adeus, já não é mais um até logo.
Meus planos tive que mudar, já que em quase todos eles você estava presente, mas isso não dói mais, entendi que existem amores que nascem para nos fazer acordar, para nos mostrar quem nós somos para nós mesmo, e à você eu devo tanto isso, você me fez me ver, você realmente me fez acordar do lugar onde eu estava dormindo.
Eu quero que a vida seja generosa com você, espero que você ame sem limites, e que dessa maneira você possa ser amado.
Espero que encontre a pessoa que possa dividir a vida, que compartilhe as alegrias de um lar, que divida com você o que você acha pesado de carregar, eu sei que encontrará, mas o que eu mais espero é que você ache a coragem que nesse mundo é exigida de nós, que você entenda que nossa cara é dada a tapa todos os dias, e só é corajoso e feliz de fato que não à esconde com medo de doer, você sabe do que eu estou falando.
Essa finalmente é minha carta de adeus, e não pense que foi fácil, entender, isso sim é fácil, o difícil é aceitar, e foi difícil, mas acho que consegui, porque agora já não estou chorando ao lembrar de você.
Essa finalmente é minha carta de adeus...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

É o que eu ando fazendo...


E aí o que você anda fazendo?
(Depois de um mês sem nos falarmos essa foi a frase mais bem elaborada que ele conseguiu me fazer)
Com a paz que agora habita no meu coração e com qualquer música melosa na cabeça eu só pude responder: Nada de demais e você?
Bom você já sabe o que aconteceu comigo, já te contei.
Ah verdade desculpe, foi meio instintivo.

Talvez eu não quisesse mais compartilhar com ele os rumos que minha vida está tomando.Eu não vi motivos para lhe dizer que eu estou sorrindo a todo momento, que conheci novas pesssoas, que me levaram a novos lugares e a lugares antigos também. Não senti vontade de dizer que ocupei minha vida, que tenho novos planos e muitos desejos, que estou trabalhando dobrado para realizar meus sonhos. Não achei razão pra lhe contar da minha viagem de começo de ano. Não quis contar da minha lista de objetivos, aquela que eu escrevi colocando todas minhas vontades e metas a serem cumpridas antes dos 30 anos, da lista eu não contei.
Não expliquei que no meu coração o seu lugar nunca vai ser ocupado, mas que agora eu liberei mais espaço para outra pessoa, não contei dos meus relacionamentos passageiros, nem das bobagens que eu fiz bebado, não contei nada.
As nossas conversas de mais de 2 horas marcadas no celular, se resumiram a não mais de 17 minutos, com espaços longos de silêncio e repetição da mesma frase 'então né'.
Não vi necessidade de contar que minha cachorra morreu, que eu ganhei um afilhado, que aumentou o meu salário, que eu mudei de casa.
Não tive vontade de chorar, nem de gritar, não senti cíumes, mas senti sim uma angústia terrível, a qual eu tentava disfarçar com um sorriso tímido e um 'fico feliz por você' quando eu percebi que ele tinha conseguido levar a vida muito bem longe dos meus cuidados, senti um aperto enorme no peito quando me dei conta de que ele estava bem sem mim, que embora ainda existisse amor entre nós, nós não queríamos mais conviver, nós não queríamos mais partilhar nossas alegrias e nem nossos problemas um com o outro, isso, isso sim me deu uma tristeza profunda.
Na verdade eu não sei o que eu sinto, estou calmo e em paz, às vezes até sinto uma saudade dos dias que passavam voando quando estavamos juntos, sinto falta do carinho também, mas não tenho vontade de voltar atrás de tentar mais uma vez, nunca fui desses que voltam à um relacionamento, para mim se termina apenas uma vez, talvez esse seja meu erro, ou talvez não, talvez eu esteja certo, se não deu certo uma vez por que daria a segunda, a terceira ou enfim, por que daria certo agora?
Eu já não sei do que preciso, não sei do que sinto falta e se sinto mesmo. Não tenho mais medo de ficar sozinho, não tenho mais medo de nada. Fins de relacionamentos são bons para isso, nos fazem perder o medo de certas coisas.
Só me lembro que senti vontade de dizer ao final da nossa conversa que o amava e que nunca ia deixar de amá-lo, tive vontade, mas não disse.
Deveria ter dito, amor é sempre amor, não acaba, apenas muda, o meu mudou, o dele também deve ter mudado, também não sei, ele é sempre orgulhoso, agora eu o amo de uma maneira diferente, sem romance, sem desejo, sem interesse. Talvez eu nem o ame.