sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Não era amor, era melhor.

Não era amor, era descoberta. Eram fugidas no meio da noite. Era celular desligado, falta de realidade.
Não era amor, era diversão, era quarto barato de motel, era bebida e cigarros noite à dentro.
Não era amor, era prazer, era sem compromisso, sem esperar nada em troca, além de algumas horas de interesse recíproco. Um jogo entre homens.
Não, não era amor, era uma cidade diferente, um desconhecido, uma verdade que só valia pra aquele momento. Não tinha frustração, não tinha decepção, não tinha bom dia. Acabava antes do sol nascer.
Não tinha planos pro futuro, nem explicações à serem dadas, não tinha família, não tinha mágoa e nem ciúmes, não, não era amor, era liberdade. Não tinha expectativas.
Era vontade, era desejo, nem se quer era paixão. Era clandestino, era chamativo, proibido, era uma mentira.
Não era amor, porque era melhor. Era o que durasse pelo tempo que isso levasse. Não era amor, nunca foi e dificilmente poderá ser, era quase que sorte. Não era amor, porque se fosse ainda existiria. Era só mais um. Ainda não era amor.

[Texto livremente adaptado de Martha Medeiros para uma experiência homoafetiva]

Nenhum comentário:

Postar um comentário