quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E quando você vem?


Estava pensando novamente em você, no tempo em que gastamos juntos. Estava esperando você ligar, para gente sair para comer, se encontrar em um bar.
Estava pensando e sair para passear com o cachorro, ir naquela loja que está com promoção de dvds de filmes, já vi alguns que eu gosto, quer que eu te traga algum?
Queria saber se você está realmente afim de fazer essa viagem comigo, são dois meses andando por aí, falando espanhol, em albergues, andando pra caramba e experimentando todo tipo de comida esquisita das cidadezinhas. Não posso imaginar uma companhia melhor pra fazer isso comigo.
Eu sei que vai ser tenso, mas essa semana nós iremos na casa dos meus pais, não me importa o que eles digam ou pensem, eu escolhi você e a decisão é minha e de mais ninguém, depois eles vão se acostumar. Você tem sorte sua mãe é ótima.
Gostou de como ficou a sala? A cor certa melhora o humor, a próxima mudança será na cozinha, ela é muito fria, parece mais um açougue, eu não gosto, definitivamente odeio, não que eu cozinhe, mas destoa com o restante da casa. É eu sei, você já falou umas mil vezes são piras minhas.
Já são 19h, horário que eu sinto uma ansiedade boa, é quando nós dois chegamos em casa e por mais que isso já venha acontecendo há mais de um ano eu espero esse horário como se fosse a primeira vez, todos os dias.
Estou animado com sua primeira apresentação. Não venho a hora de chegar e ouvir como que foi. Você ficou nervoso? Gostaram do que disse? Se gostaram merece uma comemoração, que pode se estender um pouquinho, aí matamos a academia amanhã. 
E aqui fico esperando você aparecer e então finalmente te entregar esse email. E tantos outros que tenho escritos e para escrever.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Eu nasci no verão


Eu sou o verão. Você é outra estação.
Eu sou o fim do ano, sou reveillon os fogos coloridos. Você é agosto, vem com o vento e forte chuvas, você não me acalma.
Eu sou um dia quente, sou um passei à beira mar, pés descalços o sol de fim de tarde.
Você é noite fria, muita proteção e pouca liberdade.
Eu sou o viajante, mochila nas costas, olhar deslumbrado para o que é novo. Você é moradia fixa, casa bem projetada, firme e imóvel.
Eu sou a consequência, o resultado, o trabalho feito e terminado. Você é por diversas vezes a minha causa, minha parada no caminho.
Eu sou a água, o gelo já derretido, transparente e constante. Você é fogo, o vapor disperso, confusão de partículas.
Eu não sou melhor, não sou a alegria personificada, não sou a paz materializada em vida, nem a razão muito menos a clareza, mas eu sou o que me faz bem, eu sou o tempo que não passa para algumas pessoas, o relógio que corre para trás. Mas você me tira isso, você derruba meus sorrisos, desvia meu olhar, abafa minhas palavras, me aprisiona em um lugar que só você sabe sair. Você não sabe o que fazer e não me deixa fazer o que eu sei.
Você é dúvida e eu não sou as respostas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

No final das contas


Uma hora a gente aprende, na maioria das vezes, não por vontade própria, mas sim por estar cansado de cair no mesmo buraco, por estar enjoado de ter as mesmas brigas e tipos de conversas.
Uma hora a gente percebe que ser feliz é simples, e que a pessoa perfeita para nosso final feliz não existe, que de perfeito mesmo é só a capacidade que ela tem de te amar.
Chega o momento de cair na real, de entender que quem procura beleza às vezes encontra só o oposto.
Perceber que uma boa companhia é bem mais importante do que ser popular e conhecido por muitos.
Entender que tranquilidade no final das contas é tudo o que a gente procurava.
Que uma tarde quente, sentados numa varando, ouvindo uma música calma, fumando um cigarro, encostados um no outro é bom demais.
Enxergar que a opinião do cara que está ao seu lado pesa mais do que a de qualquer outra pessoa, é entender que agora você já não está mais sozinho.
Compreender, é isso que a gente acaba fazendo, compreende que ser feliz é buscar coisas simples e não esperar demais de ninguém, porque quem está por perto é porque quer estar, e foi pelos motivos que você deu para isso.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E assim


Ouço seu silêncio
O silêncio das suas não palavras.
O som da fumaça saindo de sua boca, mais um cigarro.
Sua respiração ofegante
O olhar cansado, me encara, já conhece minhas respostas.
Interrompe precisamente o meu próximo movimento
Segura minha mão, não solta.
Seca as lágrimas, engole seco o orgulho
Eu então fico parado, sentado à beira de qualquer movimento
Olhando fixamente para ponto algum
Minha cabeça pesa uma tonelada
Então você quebra o silêncio
Começa a me bombardear de perguntas, desculpas, acusações, dúvidas
Eu não sei responder
Não há nada à se dizer
Mais uma vez choramos
Mais uma vez brigamos
Mais uma vez nos perdoamos
Mais uma vez nos amamos