domingo, 29 de dezembro de 2013

Escolhemos

"Mas de todas as coisas que poderíamos ter sido um para o outro, tão cedo escolhemos ser lembrança. Um sorriso discreto e um acenar com a cabeça ao cruzar a rua. De tudo que poderíamos ter tido, escolhemos o último pensamento antes de dormir, deitados separados. E, de todos os caminhos que poderíamos ter percorrido juntos, os paralelos foram o que tomamos, aqueles lado a lado que nunca se cruzam."

- Memórias Públicas

Nublado

"Faça tempestade ou seja sol, só não fique indeciso, o nublado me incomoda."


- Memórias Públicas

São

"Liga não, as pessoas são assim mesmo. Umas são o que são, outras fingem que são, algumas pensam que são, tem as que querem ser, as que não conseguem ser, as que precisam ser, as que cansaram de ser e as que vão ser… E tem muito mais, acredito. Mas a melhor de todas elas, são as que são e ainda nos fazem ser."

- Memórias Públicas

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Continuação

"Não existe um final feliz, tudo é continuação. O fim de algo é o começo de uma outra coisa. E isso eu demorei para me convencer. Há pessoas e experiências que vem para somar e mesmo assim não duram, mas deixam o que tinham de mais importante. Mostram coisas que desconhecíamos sobre nós mesmo. Abrem novos caminhos, pintam com novas cores, deixam uma marca permanente em quem somos e depois mudam a direção. Acho que o mais importante é ser inteiro enquanto isso acontece, sem se preocupar com o tempo e com opiniões. Deixar que as coisas apenas sejam, sem criar expectativas inalcançáveis, deixando que a vida seja leve, tentando viver essas transições tranquilamente."

- Memórias Públicas

Limítrofe

"Guardar rancor só prejudica uma única pessoa, você mesmo. Pessoas de espirito elevado simplesmente esquecem, superam, deixam de lado. Remoer o passado e sentimentos que ficaram nele são da natureza de pessoas pequenas que não encontram em seu redor limítrofe algo que lhes preencha a vida."

- Memórias Públicas

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O meu jeito de ser feliz

É preciso amar. Ter a certeza que isso é possível novamente.
Dar tudo que em mim há de mais bonito e que sobra. Minha atenção, me preocupar se tudo está bem. Mais do que isso, querer que sempre esteja bem. Dar motivos para ficar, nesses pequenos gestos gastar mais algumas horas e assim meio que sutilmente não querer mais ir. Ter alguém para quem possa voltar no fim do dia. E no calor de uma cama pequena me faça esquecer do que há lá fora.
Eu preciso amar, planejar o jantar, o café da manhã e nossas férias. Ler um livro no sofá, deitado no colo. Ouvir a respiração profunda e descansar. No meio da noite quando acordar com o barulho dos carros na garagem, sentir seus braços sobre mim, sorrir por dentro e voltar a dormir, na calma que só quem ama pode sentir.
Eu preciso amar, acordar todos os dias, olhar para ele e pensar 'como eu tenho sorte de ter um cara assim', não ter receios, nem segredos. Dizer o que sinto, quando sinto, sem querer ouvir nada em troca, mas se ouvir que é recíproco, não precisar de mais nada. Eu preciso amar, porque eu já descobri que esse é o único jeito que eu tenho de ser feliz.


- Memórias Públicas

domingo, 1 de setembro de 2013

Sem título

Depois de tanto tempo escrevendo sobre saudade, já não mais do que sinto falta e do que apenas poetizei. Tento saber se era tudo verdade em absoluto ou se suavizei as memórias. Se apenas colori imagens que   eram preto e branco. Se coloquei trilha sonora no que era apenas silêncio de um filme mudo. Sem a certeza que vivi o que escrevi. 
Mas de qualquer forma sendo ficção ou autobiográfico, ficou para trás. Abri um novo capítulo dessa história, sem frases pensadas, sem bordas nas páginas, sem um título definido. Só com uma ideia, de ser o presente. Escrito a lápis, para que possa ser mudado no final quantas vezes forem preciso.  

- Memórias Públicas

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Não subestime a minha dor

- Esses dias te vi com seu novo namorado.
- Por que não veio falar conosco?
- Por favor, desde que terminamos nunca pedi nada a você, não me peça naturalidade com isso ainda. Não subestime a minha dor.
- Desculpe, não sabia que isso lhe afetava dessa maneira.
- Não é não estar com você que me machuca. Eu aceitei isso, não tínhamos mais o que dividir, não éramos mais nós. O nosso tempo acabou de alguma maneira. Mas ao te ver ali com outra pessoa te fazendo feliz, sorrindo; bom, isso me trouxe tantas lembranças e tanta saudade, do tempo que achávamos que tudo seria infinito. Lembrei de quando o que nos unia era uma necessidade insuportável de estar junto. De acordar e se você não estivesse do meu lado o meu primeiro pensamento fosse você. Lembrei do fim de toda a tarde, quando você tocava a campainha e eu já vinha sorrindo do quarto até a porta da sala de estar. Senti um aperto tão forte no peito de lembrar de como era bom apenas ficar ao seu lado, sentir você, ouvir sua respiração, sem falar nenhuma palavra, só por estar ali, eu me sentia como eu hoje já não me sinto.
- Nós nos amávamos isso era verdade, mas em algum lugar a gente se perdeu um do outro. Eu guardo tantas coisas boas de você. Queria tanto que pudesse fazer o mesmo por mim.
- Eu vou. Não sei quando, mas te prometo que vou, vai ser difícil por um tempo. Mas o que a gente sentia não pode simplesmente desaparecer. Ele se mantem de uma outra maneira, mas ele vai se manter.  Ele não se parece com o tipo de pessoa que você costumava se envolver. Não o conheço direito não posso dizer, mas o que ele tem que te fez jogar tudo o que você tinha construído fora? Quem ele é para conseguir o que eu não consegui? 
- Por que esse tipo de pergunta? Para que fazer isso, revirar coisas que já não são mais?
- Não pense que não arde saber, mas eu prefiro, do que ficar pensando mil possibilidades de erros que poderiam ter sido não cometidos. Eu preciso virar essa página e você é o único que pode fazer isso por mim. Só me diz o que ele tem.
- Ele me faz bem.
- Eu não te fazia?
- Fez.
- Então?
- Ele faz despertar as melhores coisas em mim. Eu não penso antes de falar, eu não preciso impressioná-lo, eu me sinto eu mesmo estando ele. Ele me ouve, se interessa por mim, pelo que faço. Nós conversamos, aprendemos um com o outro. Nós rimos, mas do que isso, ele me faz sorrir. Sorrir por dentro.
- Isso está doendo mais do que eu imaginei.
- Não existe comparação. Isso não é justo. Você me fez sentir coisas que foram nossas. Sentimentos que só cabiam à nós. Mas em algum momento não foi o suficiente. Para nós, você também não estava feliz. Nós não fazíamos mais sentido. Quando perceber isso, tudo vai mudar. Não me culpe, não se lembre de mim com amargura. O que tivemos eu nunca mais vou ter com ninguém. Mas o que eu tenho hoje é o que eu quero, é quem eu quero. E por favor não faça eu me sentir culpado por querer ser feliz outra vez, se nós não éramos mais. Você precisa fazer o mesmo. Seguir em frente.
- Só me diz, como eu faço isso?
- Eu não sei, isso só você pode fazer por si mesmo. Eu vou sempre estar aqui, sempre que precisar, vou continuar me lembrando de você e de como foi importante para mim. Mas agora o meu amor é diferente. Eu quero poder me sentir feliz por você, te ver bem. Me prometa. 
- Eu nunca quebrei uma promessa, nem a de te amar para sempre.

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sábado, 10 de agosto de 2013

Novela

- Já começou uma novela nova e a gente nunca mais se viu.
- Achei que você não quisesse mais me ver.
- Por que eu faria isso?
- Deve ser o que se sente quando alguém faz o que você fez, vai embora sem se despedir e não liga depois.
- Eu estava confuso. Não sabia o que você esperava de mim ou o que queria. Eu errei.
- As pessoas costumam obter respostas quando estão dispostas a fazer perguntas.
- Senti sua falta.
- Eu também. No começo. 
- Não sente mais?
- Não sei. Sinto falta do que achei que teríamos. 
- Eu também, me desculpa por isso. Queria tentar outra vez.
- Quando você não voltou, eu passei dias tentando entender qual foi o passo errado, onde eu deixei escapar o que eu tanto cuidava ou por que alguém simplesmente se esquece do que antes dizia ser tão importante. Descrevi inúmeras cenas, desenvolvi fórmulas que explicassem o que eu não sabia justificar. Pensar que eu fui o culpado mesmo que parcialmente não adiantou. Porque eu estava disposto, eu sim quis enfrentar tudo de frente, não ser mais um adolescente bobo que bota tudo a perder quando se sente inseguro.
- Eu não posso mudar o que fiz, mas agora também estou disposto a fazer dar certo.
- Fico feliz por você ter amadurecido. Mesmo que eu quisesse não conseguiria não te desculpar. Não deixo sentimentos ruins se manifestarem por muito tempo em mim.
- Então nós vamos fazer isso juntos outra vez?
- Você e eu já deixamos de ser nós há algum tempo. Mesmo sendo diferente não vou voltar a algo que já teve seu fim. Tudo tem um prazo de duração, até mesmo o amor. E o nosso acabou.
- Eu ainda te amo.
- Eu também,  mas o que nos uniu quebrou e só o amor não vai ser o bastante. 
- Eu ainda posso te ver?
- Não acho que vai ser possível.
- Por que? 
- Estou indo viajar.
- E quando você volta?
- Eu não volto. 

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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Onde eu me esqueci

"Hoje quando acordei senti falta de mim mesmo. Da minha casa, dá janela que dá para vista da copa das árvores. Senti falta dos meus finais de tarde, sentado na sala, os pés sobre a velha mesinha de centro, a xícara de café. De acordar cedo no meu quarto, abrir a cortina deixar o sol entrar. Sinto falta de conversar com meus pensamentos. De sair para correr antes da novela.
Sinto falta de não ter compromissos, de simplesmente levantar e ir embora quando me canso das conversas, de me sentir livre. Das aulas de yoga que eu nunca mais fui. De abrir um vinho sozinho e sentar para desenhar. De ligar o som alto e sair cantando pelos cômodos. Hoje quando acordei senti falta dos meus planos, das minhas metas. Das minhas viagens, das pessoas que por lá eu conheço e de tudo que trago delas para mim. Senti falta de ser eu mesmo, até da minha rotina.
Eu ainda não aprendi a não me deixar levar, de não me envolver tanto a ponto de me perder no caminho. Talvez por isso eu sinta como se sempre estivesse procurando por algo, talvez essa procura seja por mim mesmo, sempre tentando voltar pro lugar onde eu me esqueci."

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Repeti

Repeti tantas e incansáveis vezes para mim mesmo que estava tudo bem, que acabei me convencendo.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Era seu jeito

Embora nem sempre tivesse motivos, gostava de manter um ar melancólico, achava que lhe caia bem
gostava do tom de voz baixo, da luz amarelada, do cigarro queimando sozinho e o olhar cansado.

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terça-feira, 11 de junho de 2013

Desconforto

E parado ali percebeu, sem sentido algum, olhando para os carros na estrada, que o que queria era sentir, era se envolver, que não sobrasse mais espaço para nada, daqueles relacionamentos que doem quando existem, que causam  dependência, que pesam na respiração quando perto. Estava cansado dos sentimentos rasos que vinha cultivando. Cansara das suas superficialidades, de não ceder, de controlar tudo. Queria ir até as últimas consequências outra vez. Mexer naquilo que há um tempo vinha adormecido. Sabia que se acordasse o que sentia outra vez seria difícil controlá-lo. Mas queria o desconforto, ele queria se preocupar. E mesmo sabendo que iria sofrer ele assim o fez.

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Ouça Off To The Races - Lana Del Rey

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Era

Há quem diga que omissão é o mesmo que mentira, eu não fiz nenhuma das duas coisas, das vezes que não lhe disse tudo, era proteção.
Eu nunca menti, te protegi do que iria lhe fazer sofrer, porque se você soubesse metade da metade da verdade que eu sabia, certo eu estava de que você não suportaria.


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sábado, 13 de abril de 2013

Quilômetros de distância

Mesmo depois de tanto tempo você ainda continua sendo a melhor coisa que eu já tive e é assim que eu quero te guardar, sem presente, só uma boa lembrança que o tempo vem diminuindo e transformando em apenas uma imagem, do último sorriso que eu vi seu, do último momento de felicidade que tivemos juntos. Tantos quilômetros depois não se pode achar o caminho de volta, porque ele já não existe mais.

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rotina



Alguém que me devolva os pés no chão quando o meu mundo estiver revirado, que me tire da rotina dos mesmo erros, que me ensine a ceder. Alguém que me lembre do perigo que reside em meus pensamentos, que acalme meus excessos, que me faça não ter mais medo. Alguém que me proteja de mim mesmo.

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sábado, 6 de abril de 2013

Ele vai se cansar

Uma hora ele vai cansar de te procurar, de arrumar motivos ocasionais para te encontrar. Vai deixar de te mandar mensagens enganadas com histórias inventadas para poder ter oportunidade de trocar conversa. Vai perder o interesse nos seus amigos só para poder ter notícias suas. Ele vai cansar, não vai mais frequentar seus lugares preferidos para sem querer se esbarrar em você. Vai cansar dos filmes que ele assistia para ter algo em comum com você, não vai para o capítulo dois daquele livro que você indicou para ele. Ele vai perceber que nada vai adiantar, ele vai querer seguir em frente e quando essa hora chegar ele não vai mais voltar.

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Página em branco

Durante algum tempo fiquei insatisfeito comigo mesmo, achando que eu era culpado por não ter ninguém, por não me sentir como antes sentia. Durante um certo tempo alimentei uma solidão enorme dentro de mim. Embora folheasse diversas páginas no livro dos relacionamentos, me apegava apenas a uma vírgula ou no máximo a uma reticências do contexto da pessoa e transformava isso e parágrafos que justificavam a minha falta de interesse. Arrumei desculpas, transformei pingos em rabiscos que não me deixavam ver o que queriam me mostrar, tudo isso porque não entendia o que realmente queria. Porque na verdade o que eu queria era ser página em branco, livre, apenas ali esperando a hora que assim meio que sem perceber, alguém pudesse começar a escrever e quando eu me desse conta tempos depois eu estaria sendo história. 

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domingo, 10 de março de 2013

Nosso mundo

Nós amamos pela idade. Quando somos mais novos só pensamos em como o mundo deve se encaixar no nosso amor. Depois nos preocupamos em saber como o amor vai se encaixar no nosso mundo.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Círculos

Uma das sensações mais frustrantes que você pode passar é saber que algo não tem futuro algum e ainda assim insistir, porque você quer provar a si mesmo que consegue, que dará um jeito. Aí você fica andando em círculos e nunca sai do lugar, até que finalmente aceita que nem tudo depende de você, que quando outra pessoa decide não colaborar ela também se torna um pouco responsável. Quando esse momento chega e a situação se torna tão insustentavel, você não vê outra saída que não seja abandonar tudo e começar de novo. Nem sempre desistir é uma fraqueza. Porque se você não fez a diferença aqui, pode ser que faça em outro lugar.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Me lembrei de esquecer


Eu hoje me lembrei, não dele especificamente, da sua imagem, do seu andar contra o sol do fim da tarde, me esperando impaciente do lado de fora da janela, não mais do seu sorriso, do seu jeito sem jeito de ficar sem graça, não da sua mania de sentar sempre do mesmo lado do sofá. Esqueci qual era sua música favorita e a cor que combinava com seus olhos. Esqueci de como era sua rotina e os horários que costumava me ligar, meu peito já não dói quando o telefone toca.
Hoje eu me lembrei, não dele mais especificamente, mas sim de como eu me sentia quando estava com ele. Me lembrei das coisas boas e dos sentimentos que em mim ele fazia nascer. Hoje me lembrei de tudo que eu era e gostava, de tudo que ainda queria ser, das coisas que por algum motivo - que eu não sei justificar - me lembrei de esquecer na ausência dele.
Hoje me lembrei que tenho esquecido de muita coisa e muito mais ainda de mim.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

De volta

E procurava tão desesperadamente por si mesmo que se cegava diante do que via. Buscava uma referëncia do um dia fora, olhava fotos antigas e lia seus cadernos guardados na caixa de memórias que escondia no fundo do armário. Tentava retomar de onde tinha parado, dos planos de conhecer o mundo, da sua lista de desejos que ele achava que se tornariam de realizações. Queria aquela paz de estar em paz consigo mesmo, de se sentar sozinho na sacada e observar somente o que ele queria. Deixara que tudo tomasse conta e comandasse sua vida, que a rotina lhe limitasse, deixara que o desejo de ter ficasse maior do que o desejo de ser e principalmente de estar. Brigava com suas metades, com a que queria ficar, criar raízes e com a parte que queria voar, sem nem se despedir. Se sentia como em um furacão, no meio de todas as emoções circulando em volta de si, todas as vontades sendo jogadas para todos os lados, sabia que no centro de toda aquela tormenta estava tudo calmo e era lá que não conseguia ficar. Mais uma vez ele estava tão perdido, despreparado, tão assustado, que não podia pensar no que fazer. O medo lhe era uma sensação indesejavelmente familiar. Porque na verdade, por trás de toda sua pose de rapaz bem resolvido, independente, era só mais um garotinho assustado que não fazia ideia do que estava fazendo e torcendo para que ninguém percebesse isso. Era orgulhoso demais para pedir ajuda, talvez não por arrogância, mas por achar que podia resolver tudo, que ninguém poderia lhe ajudar. Talvez o que ele precisava era bem mais simples do ele próprio imaginava, talvez, só precisasse de alguém que lhe segurasse a mão e não apenas apontasse-lhe o caminho, mas que o apoiasse enquanto decidia se seguia em frente ou virava a esquerda.

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